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Psicologia Positiva como Instrumento da Terapia Cognitivo-Comportamental: integração teórica, evidências e aplicações clínicas

  A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) consolidou-se como uma das abordagens psicoterapêuticas mais eficazes e pesquisadas da atualidade, destacando-se por seu caráter estruturado, diretivo, empírico e orientado a metas. Paralelamente, a Psicologia Positiva, inaugurada por Martin Seligman em 1998, propôs uma mudança de paradigma: ampliar o foco da psicologia para além do sofrimento, investigando cientificamente forças, virtudes e condições que favorecem o florescimento humano. Embora distintas em origem, ambas as áreas compartilham princípios fundamentais, como a crença de que o ser humano é capaz de aprender, desenvolver habilidades, reestruturar padrões mentais e construir uma vida significativa . Por isso, a Psicologia Positiva se tornou, nas últimas décadas, um instrumento valioso dentro da prática da TCC, ampliando sua eficácia e oferecendo uma visão mais integral do desenvolvimento humano. Este artigo explora a integração entre essas duas abordagens, apresentando seus ...

Terapia Cognitivo-Comportamental, Terapia da Aceitação e Compromisso e Psicologia Positiva: bases, processos centrais e aplicações clínicas

  A psicoterapia contemporânea é marcada por uma rica convergência de teorias, técnicas e práticas empíricas. Entre as contribuições mais influentes estão a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), sua evolução e ramificações — como a Terapia da Aceitação e do Compromisso (ACT, do inglês Acceptance and Commitment Therapy ) — e o movimento da Psicologia Positiva. Embora cada uma dessas abordagens mantenha pressupostos e prioridades distintas, elas compartilham um objetivo prático comum: promover o funcionamento humano adaptativo, a redução do sofrimento e a ampliação do repertório comportamental que permita às pessoas viverem de acordo com o que valorizam. Neste artigo examinamos suas origens, fundamentos teóricos, processos centrais (com ênfase na ACT), técnicas-chave utilizadas na prática clínica, relação com a Psicologia Positiva e implicações para atendimento individual, casal e família. Breve história e evolução das abordagens No final dos anos 1950 e 1960, o campo da psicot...

Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): fundamentos, processos centrais e aplicações clínicas contemporâneas

  A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT — Acceptance and Commitment Therapy ) é uma das principais abordagens da chamada terceira onda das terapias comportamentais, representando uma evolução conceitual e prática dos modelos tradicionais da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Diferentemente de enfoques baseados na tentativa de modificar o conteúdo do pensamento, a ACT concentra-se em transformar a relação do indivíduo com suas experiências internas , promovendo flexibilidade psicológica , aceitação ativa, presença consciente e ação orientada por valores. Desenvolvida na década de 1980 por Steven C. Hayes e posteriormente expandida por Kelly Wilson e Kirk Strosahl, a ACT fundamenta-se em uma visão contextual e funcional do comportamento, apoiada na Teoria das Molduras Relacionais (RFT – Relational Frame Theory ), um modelo contemporâneo sobre linguagem e cognição. Desde então, acumula robusto suporte empírico e reconhecimento internacional, sendo aplicada em transtornos ...

Shantala: prática, evidências e estratégias para sua implementação na atenção integral à infância

A Shantala é uma técnica tradicional de massagem infantil que se tornou, nas últimas décadas, um importante recurso de cuidado afetivo e terapêutico para bebês e suas famílias. Incorporada como prática integrativa no SUS e amplamente difundida por profissionais que observaram seu efeito no vínculo e no desenvolvimento infantil, a Shantala combina toque, oleação e sequência rítmica de movimentos que favorecem a regulação emocional, a homeostasia fisiológica e o desenvolvimento neuromotor. Este artigo explora, de forma minuciosa, a origem e a difusão da técnica, os mecanismos de ação, os benefícios documentados, os cuidados e contraindicações, as estratégias práticas para sua oferta contínua e segura (tanto em unidades de saúde quanto no domicílio), bem como as etapas de formação de profissionais, monitoramento e avaliação de programas. Ao final, proponho um roteiro operacional para implementação local e sugestões de pesquisa e ampliação da prática dentro de políticas públicas. 1. Br...