Florais de Bach e o Caminho do Autoconhecimento: Uma Jornada de Cura Emocional e Reconexão com a Essência

 


A Terapia Floral desenvolvida pelo Dr. Edward Bach é muito mais do que uma técnica complementar para lidar com desequilíbrios emocionais. Trata-se de uma abordagem terapêutica profunda, que nos convida a olhar para dentro, escutar nossa voz interior e compreender as emoções como mensageiras da alma. A trajetória de Bach, marcada por um olhar sensível sobre o sofrimento humano e pela busca de uma cura gentil, resultou na criação de 38 essências florais organizadas em três grandes grupos: os Doze Curadores, os Sete Auxiliares e os Dezenove Complementares. Cada um desses grupos reflete aspectos diferentes da experiência humana, do temperamento ao trauma, e oferece suporte em momentos críticos de transformação.

Este artigo convida o leitor a mergulhar nesse universo, compreendendo a lógica e a sensibilidade por trás da escolha de cada essência, e refletindo sobre sua própria jornada emocional.


1. O Propósito da Vida e a Origem das Doenças

Dr. Bach acreditava que cada ser humano tem um propósito único de vida e que a verdadeira saúde surge quando estamos alinhados com essa missão interior. Quando nos afastamos desse caminho — seja por medo, insegurança ou influência externa — começamos a viver em conflito com nossa essência, o que pode se manifestar em sofrimento emocional e até físico. Em sua obra Cura-te a Ti Mesmo, ele reforça que "todo verdadeiro conhecimento vem de dentro de nós mesmos", destacando o papel da intuição e da escuta interior como guias fundamentais para uma vida plena.

Nessa perspectiva, a doença não é um inimigo a ser combatido, mas um sinal de alerta de que algo precisa ser realinhado. É o reflexo da dissociação entre alma e personalidade, entre quem somos de fato e quem estamos sendo no mundo.


2. Os Doze Curadores: A Essência do Temperamento

O primeiro grupo criado por Bach foi o dos Doze Curadores, formado por essências que tratam dos traços de personalidade e temperamentos básicos. Eles atuam diretamente sobre a forma como nos posicionamos no mundo, nossas tendências emocionais e padrões de comportamento.

Por exemplo:

  • Mimulus é indicado para quem tem medos conhecidos (de falar em público, de doenças, de animais).

  • Impatiens ajuda quem é impaciente, intolerante ao ritmo alheio.

  • Clematis beneficia aqueles que vivem no mundo dos sonhos, desconectados do presente.

  • Agrimony é para quem finge alegria enquanto carrega uma dor silenciosa.

  • Centaury apoia os que têm dificuldade em dizer "não" e vivem para agradar os outros.

  • Water Violet serve aos que se isolam emocionalmente por orgulho ou autosuficiência.

  • Vervain é útil para os excessivamente entusiasmados, que querem convencer os outros de suas ideias.

  • Gentian para os que desanimam diante dos obstáculos.

  • Rock Rose para o medo extremo, o pânico.

  • Cerato é a essência de quem não confia em si e busca sempre conselhos externos.

  • Chicory ajuda no desenvolvimento do amor incondicional, afastando a possessividade.

  • Scleranthus é para quem vive na dúvida entre duas opções e sofre em silêncio por isso.

Essas essências atuam como curadores arquetípicos, resgatando a harmonia entre nossa natureza interior e as expressões da nossa personalidade.


3. Os Sete Auxiliares: Padrões Profundos e Cansaços da Alma

O segundo grupo de florais, os Sete Auxiliares, foi criado por Bach quando percebeu que certos desequilíbrios emocionais já estavam tão enraizados que haviam se tornado quase parte da identidade da pessoa. Esses florais lidam com padrões crônicos, que muitas vezes obscurecem nosso verdadeiro temperamento.

Alguns exemplos:

  • Olive para a exaustão extrema, após longas batalhas físicas ou emocionais.

  • Oak para os que seguem firmes mesmo esgotados, por sentirem que precisam continuar lutando.

  • Heather para aqueles que precisam falar de si o tempo todo, por medo da solidão ou necessidade de atenção.

  • Gorse para quem perdeu a esperança e acredita que nada mais pode ser feito.

  • Rock Water, a única essência ambiental, feita com água de nascente, ajuda os rígidos consigo mesmos, que se cobram perfeição.

  • Vine trata do autoritarismo e da imposição da própria vontade sobre os outros.

  • Wild Oat ajuda quem tem grandes talentos, mas está perdido quanto ao rumo a seguir.

Essas essências são fundamentais quando nos sentimos presos em padrões de sofrimento que parecem não ter mais solução.


4. Os Dezenove Complementares: As Respostas ao Trauma e às Mudanças

O terceiro grupo de essências foi denominado por Bach de Dezenove Complementares. Elas tratam das reações emocionais diante de traumas, choques, perdas, rupturas e transições da vida. São como "primeiros socorros emocionais", auxiliando na estabilização e adaptação emocional.

Dentre elas, destacamos:

  • Walnut: a essência da proteção emocional durante mudanças — como um escudo que preserva nossa integridade quando estamos vulneráveis. Ela é ideal para transições como gravidez, mudanças de cidade, novos ciclos, rompimentos ou perdas.

  • Star of Bethlehem: para os efeitos de traumas passados, mesmo que antigos, que deixaram marcas emocionais profundas.

  • Honeysuckle: para os que vivem presos ao passado, às lembranças nostálgicas ou a perdas não superadas.

  • Hornbeam: para o cansaço mental, aquela sensação de segunda-feira eterna.

  • Elm: para aqueles que se sentem sobrecarregados com as responsabilidades, mesmo sendo competentes.

Essas essências são extremamente úteis em contextos de crise, pois ajudam a liberar, estabilizar e fortalecer emocionalmente.


5. Walnut e o Desafio das Mudanças

Dentro do grupo dos Complementares, Walnut se destaca como um verdadeiro facilitador de transições. Todos passamos por fases na vida em que mudar é necessário — seja por escolha ou por força das circunstâncias. E nem sempre temos estrutura emocional para isso.

Muitas vezes, mesmo diante de oportunidades positivas, como um novo emprego, uma mudança de casa ou o início de uma nova relação, sentimos medo, dúvida, apego ao antigo. E em situações mais difíceis, como luto ou separação, podemos nos sentir sem proteção emocional.

Walnut ajuda a cortar amarras com o passado e com influências externas, fortalecendo o alinhamento com nossa voz interior e missão de vida.


Conclusão: O Caminho da Autocura e da Autenticidade

A Terapia Floral de Bach não trata os sintomas, mas a pessoa como um todo. Cada essência é um convite para o autoconhecimento e para o despertar da consciência de que somos responsáveis por nosso bem-estar e crescimento emocional.

Ao explorar os três grupos — Curadores, Auxiliares e Complementares — somos convidados a refletir sobre nossos padrões, a resgatar nossa autenticidade, a respeitar nossos limites e a acolher com amor aquilo que sentimos. Em vez de suprimir emoções, aprendemos a escutá-las e compreendê-las.

Como dizia o próprio Dr. Bach:

“A doença é, em essência, o resultado de um conflito entre a Alma e a Mente, e nunca será erradicada sem um esforço espiritual e mental.”

Neste sentido, o uso dos florais se torna uma poderosa ferramenta de transformação, trazendo leveza, clareza e equilíbrio para a jornada da vida.

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